A pia está entupida? A casa está uma bagunça? Você
está com problemas na justiça?
O melhor é não esquentar. Em vez de perder a
tarde com essas tarefas enfadonhas, contrate alguém para fazer isso – sem
roupa!
É isso o que Jean Paul Reid, 29, fundador da
empresa sul-africana Naked Cleaning, fundada em janeiro deste ano, espera que
as pessoas façam. E até agora a iniciativa tem dado certo, principalmente entre
os mais endinheirados. “Nosso maior público não é o sul-africano mediano, mas
pessoas muito bem-sucedidas: médicos, executivos e advogados em busca de
entretenimento”, relata Reid.
Com preços que vão de R$ 45 a R$ 140 por hora, em
um país onde o salário mínimo gira na casa dos R$ 370 e quase metade da população
vive abaixo da linha da pobreza (segundo dados da Central de Inteligência
Americana), a preferência explica-se.
Para atender a essa clientela da alta sociedadea
Naked Cleaning oferece uma vasta gama de serviços: faxineiros, cozinheiros,
dançarinos, advogados, encanadores e contadores são alguns dos profissionais
disponíveis para trabalhar total ou parcialmente nus.
E se engana quem pensa que são só os homens que
desfrutam dos serviços. Boa parte da clientela é composta de mulheres. O que
faz mais sucesso entre o público feminino é a opção do faz-tudo, aquele que vai
a casa e resolve qualquer problema técnico, quase um 'marido de aluguel'.
Reid explica como funciona. “As pessoas nos
contatam pelo site e especificam o serviço que desejam”, diz, antes de
acrescentar: “no caso de um advogado, por exemplo, não oferecemos alguém para
poder representar o cliente numa corte, mas que pode dar conselhos legais e
oferecer soluções para problemas específicos pelo qual ele esteja passando”.
“Não é para qualquer um”
Adriaan, de 26 anos, sonha em ser ator, mas
enquanto a carreira não deslancha, ele bate o ponto na Naked Cleaning – e é um
dos funcionários mais versáteis. “Sou um instrutor de ritmos latinos e dança de
salão, mas também trabalho como barman, limpador de piscina, garçom... um pouco
de tudo”.
O primeiro trabalho de Adriaan na empresa foi,
seminu, preparar o banquete de uma despedida de solteira. O teste de fogo viria
depois, em seu segundo chamado, quando teve que trabalhar completamente sem
roupa. “Estava extremamente nervoso, não sabia o que esperar”, relata.
O nervosismo inicial, no entanto, foi logo
superado. “Ao fim do dia é só um trabalho, como qualquer outro. Desde que seja
bom, limpo e divertido não há problema algum”, atesta.
Reid garante que não há nenhum tipo de envolvimento
sexual, o que é explicado claramente aos interessados no momento do primeiro
contato. “Somos uma empresa profissional, nossa ideia é adicionar um pouco de
diversão a alguns serviços. Eu sou um contador, sei como podem ser chatas essas
questões contábeis. Estando nu, tudo fica mais legal”.
Adriaan conta que, na maior parte das vezes, seus
serviços são solicitados por casais em busca de uma experiência fora do comum.
“É puro entretenimento. Algo diferente do cotidiano”, diz. Segundo ele, até o
momento nenhum cliente confundiu o serviço, fazendo qualquer tipo de proposta
sexual.
Alternativa encontrada para fugir da miséria
tornou-se um negócio de sucesso
A ideia de apimentar os serviços domésticos não é
nova. Desde o início dos anos 2000, diversas companhias do gênero pipocaram nos
Estados Unidos e, principalmente, no Reino Unido. Nooks & Channys , Got It
Maid e Kinky Staff são apenas alguns lugares onde o serviço de uma faxineira ou
diarista que trabalha sem roupa, é oferecido. A originalidade da Naked Cleaning
está na variedade de ofertas.
“Qualquer serviço que você precisar, terá uma
pessoa nua podendo oferecê-lo”, garante Reid. Além de serviços profissionais, é
possível contratar os membros do ‘staff’ para sessões de massagem ou de jogos
como strip poker ou Twister.
E desde que o contratante se comporte, pode ficar
sem roupa também.
Depois de se formar como contador na Universidade
da África do Sul, a maior e mais tradicional do continente, Jean Paul Reid
trabalhou em diversas empresas na área. Desde o ano passado, no entanto, estava
desempregado, vendera tudo para se sustentar, e não via muitas esperanças no
futuro. A ideia surgiu quase como uma epifania. “Vinha tentando de tudo e nada
dava certo. Comecei a procurar por algo diferente, único, quando percebi essa
brecha no mercado”, conta.
Se nas primeiras semanas as coisas não iam tão bem,
em pouco tempo o negócio começou a engrenar. “No início tínhamos, quando muito,
um cliente por dia. Hoje, chegamos a atender oito pessoas todos os dias”.
Com dinheiro no bolso e uma empresa florescente,
Reid conta os dias para a chegada de 2014, quando pretende embarcar em uma
viagem. “Quero muito ir ao Brasil para a Copa do Mundo”, diz antes de
finalizar: “quem sabe não levo o serviço para lá?”.
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