Cerca de 5 mil pessoas participam da Rio Parada Funk na tarde deste último domingo (dia 30-10-2011), no Largo da Carioca, centro do Rio de Janeiro.
Foram convocados 40 MCs, dez equipes de som e 50 DJs espalhados por onze palcos montados ao longo da via, com o desejo de que todos saiam acabados de tanto rebolar. O evento vai até às 20h.
A Parada pretende contar a história do funk desde os anos 70 até os dias atuais. Exposições, oficinas de ritmo de capoeira e funk, e de grafite também foram montadas ".
Antes o funk era assunto da Secretaria de Segurança. Agora ele é tratado pela Secretaria de Cultura." A frase de Francisco Mota Jr., o MC Júnior, resume a mudança por que um dos gêneros musicais mais populares do país passou nos últimos anos.
Reconhecido como movimento cultural no Rio por uma lei estadual de 2009, o funk vem ganhando um inédito apoio estatal que culmina agora com uma grande festa gratuita, o Rio Parada Funk, no largo da Carioca (Centro)
Espalhados por dez palcos menores e um principal, 50 DJs, 40 MCs e dez equipes de som para traçaram um histórico do gênero e mostraram suas inúmeras subdivisões (tamborzão, charme, melody, montagem etc.).
"Começa a surgir uma abertura para o funk como qualquer movimento cultural deve ter. Antes a gente sobrevivia com investimento próprio e ainda apanhava da polícia. Era como o samba no início do século passado", disse Fernando Luís da Matta, o DJ Marlboro, uma das estrelas do movimento e participante da parada.
Outro marco recente da "abertura" a que Marlboro se refere é o edital lançado pelo governo do Rio, que vai distribuir R$ 500 mil para 20 projetos ligados ao gênero - as inscrições foram até 31/10/2011, no site cultura.rj.gov.br.
Segundo os funkeiros, esse novo cenário mais favorável não surgiu espontaneamente, a partir da boa vontade do governo.
"A lei não partiu do poder público. O governo teve de ouvir um setor organizado do funk, que fez a lei e cobrou que ela fosse implementada", diz Leonardo Mota, presidente da Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (Apafunk), criada em 2008.
Leonardo estourou como MC nos anos 1990, ao lado de seu irmão Júnior -a dupla canta no Rio Parada Funk, mostrando sucessos como "Rap das Armas" e "Endereço dos Bailes".
A partir da criação da Apafunk, o MC aproximou-se do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que o auxiliou na redação da lei de 2009 e a apresentou na Assembléia Legislativa do Rio.
O reconhecimento do funk como movimento cultural não se transferiu do papel para a prática imediatamente -ainda hoje bailes são proibidos na maior parte das comunidades com UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora).
"Com a nova lei, as arbitrariedades diminuíram, não podem mais nos prender por sermos funkeiros. Mas a lei antiga continua valendo na mão de alguns batalhões", diz Marlboro.
O Rio Parada Funk, atraiu milhares de pessoas e espera virar um evento anual, apesar das dificuldades de conseguir verba - sem patrocinadores privados, todos os artistas vão se apresentaram sem cachê.
"Essa mudança que aconteceu de 2009 para cá nos faz enxergar um futuro legal para o funk, mas não vai ser só uma canetada do governador que vai fazer as coisas mudarem", diz Leonardo.
"É preciso fazer várias outras ações. O Rio Parada Funk pode ser o ponto de partida."
Houve uma grande preocupação sobre o que poderia acontecer num evento dessa magnitude, no centro do Rio, envolvendo esse estilo de música. O grande aparato da polícia militar e guarda municipal comprovaram essa preocupação, porém o evento surpreendeu mostrando a todos o poder de organização de seus promotores.
Proibido o comércio ambulante no local, quem se preveniu, trouxe de casa suas bebidas e lanches. Na esquina da Rua da Carioca com Uruguaiana, a tradicional pastelaria do chinês, faturou como nunca!
O evento contou com a presença de famílias inteiras e, sem preconceito de idade, com a presença da galera da terceira! Até às 14 horas, só rolou som da antiga.
Sob o comendo de Mako Teko, a Cash Box acionou as suas turbinas por volta das 13h. A tradicional vinheta da Cash Box, sob o comando do Dj Gello, como sempre estremeceu e abalou! Em seguida o público viajou nos grandes sucessos do funk melody!Inusitado, fantástico e inesquecível!
Um acidente quase embaçou a festa. No final da tarde, uma placa do visual da Cash Box se desprendeu, em virtude de uma forte ventania, atingindo um frequentador. Nada grave. Até onde sei nenhum tumulto foi registrado. Não poderia ter sido ser melhor.
Parabéns ao coordenador do evento, Mateus Aragão. Esperamos que esse tipo de evento consiga atingir seu objetivo que acabar de vez com o preconceito com o funk e seus seguidores.
Artigo do Ed
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