6 de setembro de 2011

CASO VERÍDICO...



O SEGREDO DE UMA TRAIÇÃO

Tito era um homem bem casado e caseiro, daqueles que honradamente tem o trabalho, a família e o seu bom nome como os seus maiores bens.
Portador de uma diabetes não levada muito a sério, nunca traiu sua mulher a quem sempre venerou e de quem sempre recebeu todo o devido cuidado e monitoramento ferrenhos.
Um belo dia resolveu sair da sua rotina e se uniu, após o expediente, a uma roda de amigos da empresa onde, durante um daqueles churrasquinhos de final de mês, sempre ouvimos e contamos muitos “causos” (a maioria, mentiras de tirar o sono de qualquer filho de Deus).
Tito, após ouvir muita “conversa fiada”, resolveu sair da condição de mero ouvinte e pediu a palavra dizendo que precisava compartilhar um segredo que o incomodava há algum tempo.
Imediatamente fez-se um silêncio mortal e todos, de ouvidos escancarados, testa franzida e lábios cem por cento cerrados, fitaram Tito que numa preparação sem fim, pigarreava passando a mão no peito.
Em meio a um ritual de gestos que traduziam o evidente incomodo do nobre amigo ele profere primeira frase: _ Eu quero dizer que... eu traí minha mulher...
Vindo de Tito aquilo pareceu a bomba do século.
Solidários, alguns amigos logo disseram que “isso acontece com todo mundo” e que ele não precisaria ficar daquele jeito, mas Tito, interrompendo a todos, continuou falando e explicou que por ocasião da compra de um computador, sua filha mais velha o incentivou a criar uma conta no tal Orkut sugerindo que ele a utilizasse para encontrar velhos amigos. Disse que, por conta de um saudosismo incontrolável, o aceite à idéia foi imediato e não demorou muito tempo para localizar vários amigos do “tempo da escola”.
Também não demorou muito a receber um convite para participar de uma festa entre velhos amigos, daquelas onde a velha guarda sempre tenta reviver as boas lembranças e tardiamente desfazer os maus entendidos do passado ou se redimir de alguma coisa ou com alguém.
Tito - sempre muito sério - disse que decidiu não perder essa festa e, com muito custo convenceu sua mulher de que seria apenas um encontro entre velhos amigos. Assim sendo, no dia da festa, engraxou o seu “sapato de sair” (tinha o de trabalhar...), colocou sua melhor camisa e sua melhor calça (também de sair...) dizendo a sua mulher que não queria fazer feio diante dos antigos amigos. Claro que ela não gostou muito, mas...
Tito contou que, como era esperado reviu vários amigos e que, após “umas poucas cervejinhas, avistou e foi avistado por Florinda, uma antiga namorada da escola e que velhas lembranças vieram à tona. (nesse ponto da história, inevitavelmente se ouviu um iiiiiiiiiii exclamado por todos nós).
Após alguns minutos de conversa e Florinda lhe pediu para acompanhá-la até sua casa e ajudá-la a trazer mais algumas toalhas de mesa para a festa. Tito disse ter sentido um tremor no corpo exatamente como nos tempos de colégio, mas sequer ter piscado para aceitar o convite (nessa altura do papo nós já nos encontrávamos em cólicas para saber “dos detalhes”)!
Chegando à casa de Florinda, ela fez de tudo para ser simpática. Tito suava frio.
Foi quando ela disse que, sabendo da sua vinda a festa havia prepara uma surpresa para ele e pediu que aguardasse no sofá se dirigindo à cozinha e que após longo minuto de espera ela lhe chamou.
Tito disse que, com verdadeiro terremoto em suas pernas adentrou a cozinha e sem parar para pensar nas conseqüências... aproveitou.
Nessa altura “do campeonato” todos nós, em coro, suplicamos: _ “conta conta Tito”!
Tito, com o coração quase na boca, só sabia repetir: ahhh, eu aproveitei!!!
A galera já não agüenta mais de curiosidade e suplicava; conta Tito, conta!!!!!!
E finalmente Tito detonou chorosamente num desabafo de dar dó...
Traí minha mulher!!!  Matei a saudade!!!!
Comi bolo e tomei guaraná até não agüentar mais!!!!

_Tito ainda se recupera, no Souza Aguiar, da surra que tomou da rapaziada...

Por Edmilson de Souza

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